Latidos Noturnos

Numa pequena cidade, num lugar remoto, vive uma família composta por três membros, o pai, seu filho e um cachorro, sendo esse dócil. Mas em uma determinada noite o cachorro começou a latir demasiadamente em direção as árvores, iniciava-se a noite e só parava de manhã, com o nascer do sol, foram semanas desse som infernal, até que o pai decidiu por acorrentar o cachorro no quintal, até limitar sua comida e água, na esperança do mesmo se cansar mais rápido, mas o cão não parava sempre latia raivosamente em direção as árvores, sem desviar seu olhar, como se quisesse espantar algo. Desesperado, talvez um pouco alucinado com os latidos do cachorro que perduravam a noite toda, o pai decidiu por cortar a língua do animal, para que assim o mesmo parasse, embora seu filho implorasse o patriarca da família o fez. Apesar de ter perdido sua língua o cachorro não parou de latir, até começou a faze-lo mais alto, de forma desesperada e raivosa. 

No dia seguinte o pai matou o cachorro, para que assim não ouve-se mais barulhos na noite. No anoitecer daquele dia, enquanto todos os membros da família dormiam, descia um ser das árvores, caminhando agilmente no meio do tortuoso véu da escuridão uma figura, com feições felinas e femininas, envolto nas trevas. Sem mais o cachorro que lhe dava pavor e seus incessantes latidos, a fera entra na casa. Ao nascer do sol, ninguém saí daquela residência, seus habitantes tiveram suas vidas ceifadas, por um ser da noite, o único que poderia impedi-la estava morto, simplesmente por afugentá-la com seus latidos noturnos.



"o cachorro começou a latir demasiadamente em direção as árvores, iniciava-se a noite e só parava de manhã"

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